domingo, 24 de julho de 2011

Honduras: Vitimismo e dissimulação da mídia.


Honduras: Vitimismo e dissimulação da mídia.


do COTURNO NOTURNO:

Um argumento cínico.


Folha: um editorial vergonhoso.

O editorial que, um dia, a Folha de São Paulo vai lamentar profundamente ter escrito, seguido de comentários verde-oliva:

"A deposição do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, por forças militares faz uso do mesmo expediente que afirma querer combater: violações da Constituição."
Mentira! Está claro na Constituição honduenha que as Forças Armadas deveriam ser utilizadas para manter a ordem. Zelaya invadiu um quartel para retirar urnas e cédulas apreendidas pela Justiça. Demitiu todos os chefes militares. Mesmo assim, não houve golpe militar. Os militares somente agiram sob ordem estrita da Corte Suprema de Justiça. Que violação existe à Constituição? Se dois Poderes, Legislativo e Judiciário, decidem que o presidente deve ser retirado do poder por estar atentando contra o estado de direito, golpe seria se os militares ficassem ao lado de Zelaya, dissolvendo o parlamento e instalando a Justiça Militar. Aí sim, teríamos um golpe.
"Ainda que houvesse razões para tentar impedir medidas inconstitucionais iminentes, não se pode aceitar o golpismo como solução.Zelaya atropelou o Congresso e a Suprema Corte do país para impor um referendo sobre a convocação de nova Constituinte, por meio da qual poderia abrir caminho para se reeleger -seu mandato termina em janeiro.É a fórmula consagrada pelo venezuelano Hugo Chávez -repetida em certa medida no Equador e na Bolívia-, útil a Zelaya também para selar a proximidade com o grupo de governantes que se intitulam bolivarianos."
O que a Folha de São Paulo queria que os "atropelados" fizessem? Ficassem de braços cruzados, após todos os expedientes legais terem sido utilizados para impedir um referendo inconstitucional? Desde março que Zelaya vem sendo sistematicamente derrotado em suas intenções, sem violência, sob o império da lei, pelo Ministério Público, por dezenas de advogados consultados por ele, pela Corte Suprema de Justiça e pelo Congresso. Quem estava dando um golpe utilizando milícias trazidas da Venezuela e da Nicarágua? Quem declarou que não seguiria as ordens da Corte Suprema de Justiça, pois "ela governava só para os poderosos"?
"Tradicional aliado de Washington na América Central, Honduras vinha se voltando ao bloco menos por afinidade ideológica que por oportunismo de Zelaya.Nada justifica, porém, a expulsão do presidente do país, enviado à Costa Rica ainda de pijamas. A atitude evoca o enredo de comédias sobre ditaduras bananeiras e não condiz com a gravidade da crise por que passa Honduras."
A Folha de São Paulo deveria saudar a forma como o presidente foi deposto, sem violência, sem prisão e sem exposição pública. Queriam o quê? Iniciar uma guerra civil? O presidente foi enviado para fora do país para que pudesse haver uma transição sem violência, que é o que estava ocorrendo até o momento em que o mundo se voltou contra a democracia hondurenha. O novo mundo de Barack Obama, aquele que flerta e manda afagos a todo o tipo de ditaduras.
"O Itamaraty acerta ao subscrever a condenação internacional à intervenção militar e pedir que Zelaya seja "incondicionalmente reposto em suas funções".
Onde existe intervenção militar? O presidente é civil, os ministros são civis, os Poderes Judiciário e Legislativo continuam funcionando. Onde está a junta militar? Onde está o general gorila? Onde está o Pinochet hondurenho? Quem assumiu o poder foi o presidente do Congresso, que já marcou eleições e que está apenas cumprindo a Constituição do seu país.
"A OEA (Organização dos Estados Americanos) também condenou o golpe hondurenho. Reiterou, desse modo, compromissos de sua Carta Democrática. O documento trata a democracia como direito dos "povos da América", exige o respeito aos direitos humanos, a "sujeição ao Estado de Direito" e a "celebração de eleições periódicas livres".
A Folha, ela própria, dá todas as razões para a deposição do presidente golpista. Zelaya, exclusivamente Zelaya, estava querendo quebrar o estado de direito no país. Não vamos repetir aqui a cláusula pétrea, de número 239, da Constituição hondurenha, uma perfeição em defesa da democracia, que simplesmente proibe a reeleição e que se toque neste assunto. Uma cláusula criada justamente para evitar o que Zelaya queria: a perpetuação no poder, como seus vizinhos bolivarianos. Sobre eleições, já foram convocadas pelo presidente empossado, para novembro próximo, como manda quem? A Constituição de Honduras, que está acima de tudo.
"Ao requerer que Cuba -estrela ausente do encontro anual da organização, ironicamente realizado em Honduras no início do mês- incorpore tais princípios, requerendo o mesmo de todos os demais Estados, a OEA garante isonomia para atuar em momentos de violação do sentido mais elementar de democracia."
A Folha deveria estar alertando os países latinos para o crime que está sendo cometido ao isolar Honduras, um país cercado pela Guatemala, onde um presidente socialista está sendo acusado de assassinato, com fita gravada do morto alertando que seria assassinado a mando dele. Por El Salvador, onde assumiu recentemente um socialista bolivariano que segue a mesma cartilha de Chávez, que chegou ao poder com uma campanha paga pelo Brasil, feita pelos marqueteiros do PT. E, por fim, pela Nicarágua de Ortega, que dispensa apresentações, com a sua biografia de tirano, corrupto e pedófilo. A OEA e países como o Brasil de Lula estão prestes a jogar Honduras em uma guerra civil, apoiando a volta do presidente deposto. Deveriam, com o apoio de uma cobertura isenta da imprensa, ter a responsabilidade de evitar um banho de sangue, em nome da democracia cercada e atacada por um bando de protótipos de ditadores que está tomando conta da América.

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Para entender um pouco mais o que está acontecendo em Honduras e na América Latina, clique sobre a carta de Fidel Castro a Hugo Chávez e leia. É uma verdadeira aula. Foi publicada ontem, no El Heraldo, um dos principais jornais do país.

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Querem anexar Honduras.

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, está articulando a sua volta ao país, acompanhado do secretário-geral da OEA, o socialista e candidato à presidência do Chile, José Miguel Insulza, na próxima quinta-feira. Quer levar junto alguns presidentes de países latino-americanos para retomar o poder usando a pressão de um covarde bloqueio internacional, apoiado inclusive pelo Brasil. Antes disso, na quarta-feira, pretende se encontrar com Barack Obama. É o primeiro passo para o nascimento da grande nação bolivariana sonhada por Chávez e incentivada por Fidel, com a anexação de fato do território de Honduras.

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Hoje Lula criticou duramente o "golpe militar" ocorrido em Honduras. Na verdade, o Ministério Público, o Congresso, a Corte Suprema de Justiça, no pleno uso das suas prerrogativas constitucionais, determinaram que as Forças Armadas hondurenhas prendessem o presidente golpista que, contra tudo e contra todos, insistia em realizar um referendo que lhe permitiria se eternizar no poder. O presidente petista chegou ao cúmulo de romper relações diplomáticas com o país, para evitar que "golpes militares virem moda" novamente na América Latina. Tudo isso aconteceu um pouco antes de Lula embarcar para a Líbia, para visitar o Coronel Muammar Abu Minyar al-Gaddafi, que tomou o poder em 1969, por meio de um, aí sim, sangrento golpe militar, administrando desde lá o país abaixo de uma ditadura que completa 40 anos. Só falta Lula declarar que existem "golpes militares comuns" e "golpes militares incomuns", assim como fez para livrar a cara de José Sarney.

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Ao que parece o Brasil entrou oficialmente para a Alba, Alternativa Bolivariana para os Pueblos de Nuestra América, comandada por Hugo Chávez e composta por Cuba, Honduras, Nicarágua, Dominica, Bolívia, Venezuela e Equador. Submetendo-se às determinações da instituição, o Brasil também não vai manter mais relações diplomáticas com Honduras. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ordenou nesta segunda-feira, 29, que o embaixador em brasileiro Honduras, Brian Michael Fraser Neele, não retorne ao país devido ao"golpe militar" que depôs o presidente José Manuel Zelaya, informou o Itamaraty ao estadao.com.br. A chancelaria, que condenou fortemente o episódio, afirmou que Neele está no Brasil para férias, mas não detalhou quando o embaixador deveria voltar à nação centro-americana. Em nota, o Itamaraty pressionou para a volta do presidente deposto ao poder. Leia mais aqui.

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Wall Street Journal apoiou hoje, em editorial, a defesa que Honduras exerceu para manter a sua democracia. Aliás, este é o título do artigo. O jornal afirma que Zelaya, o presidente impedido, exagerou ao tentar fazer o que Hugo Chávez tem feito na Venezuela, mudando a constituição ao seu bel prazer. Mas alerta que Honduras não está livre de Chávez, que exercerá todo o tipo de pressão para gerar um movimento internacional pelo retorno do ex-presidente golpista.

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